O que é o Underground?

10:00

Nosso blog tem como principal assunto o universo musical independente na cidade de São Paulo. Mas, o que é realmente o underground?

O termo underground, que ao pé da letra significa subterrâneo, designa uma cultura que não está preocupada com as convenções sociais tradicionais. Formas de arte que prezam pela criatividade e livres dos modismos cultuados pela grande mídia podem ser considerados undeground. A cultura alternativa ou underground está relacionada com todas as formas de arte, tanto o teatro, música, literatura e artes plásticas, mas foi na música, especialmente no rock, que o termo ganhou mais notoriedade.

O rock também foi o responsável por criar as famosas “cenas alternativas” nos seus vários gêneros. As bandas independentes procuram fugir das imposições das grandes gravadoras e lançam e divulgam seus próprios trabalhos de outras maneiras. A utilização da internet é crucial no trabalho das atuais bandas independentes, com a web a divulgação de material e informações sobre shows passou a acontecer em tempo real,e assim possibilita uma maior velocidade e organização do trabalho dos artistas da cultura underground.

Apesar do universo underground ser o oposto do maisntream, ou seja, a mídia grande, com toda a estrutura das grandes gravadoras e grandes veículos divulgadores, vários artistas que começaram independentes ganharam reconhecimento fora de seu cenário de origem. Bandas grandes do pop rock nacional e que atualmente contam com o apoio de grandes gravadoras, como o NxZero e Fresno, são exemplos de artistas que migraram do underground para o maisntream, e atualmente têm seu trabalho reconhecido por muito mais pessoas do que na época em que viviam na cena independente. Porém isso não é uma regra geral, há artistas e bandas que, apesar do grande tempo de carreira, não se tornaram bandas vinculadas à grandes gravadoras. Dance of Days e Dead Fish são exemplos que possuem muitos anos de estrada e cuidam dos próprios trabalhos de forma independente ou contando com o apoio de gravadoras menores.

É certo que o underground possui diversas dificuldades, nessa cultura não existe grandiosidade ou muito incentivo financeiro. Entretanto, os artistas que fazem parte da cena alternativa procuram focar seu trabalho na criatividade e em suas convicções pessoais, sem uma preocupação maior com os desejos e preferências das grandes massas. E dessa forma o underground continua existindo como uma forma de cultura onde os artistas e apreciadores da arte em geral possam se expressar de maneira livre e sem uma preocupação exacerbada pela aceitação das massas.

Entrevista : Banda 4While

10:42

4While é uma banda paulistana formada em julho de 2006 na zona sul de São Paulo. Apesar do pouco tempo de estrada, eles vêm despontando como uma alternativa ao universo de bandas auto - intituladas de “Happy rock”, que vêm dominando a cena pop rock de São Paulo atualmente. Na contramão do universo dos “coloridos”, O 4While apresenta um som com influência de diversas vertentes do rock, e, como quase todo grupo formado na era da internet, contam com o apoio da rede para a divulgação de

material, fotos e datas de shows. A banda possui perfis em várias redes sociais, como myspace , fotolog e twitter, além de perfis pessoais de cada membro da banda.


Conversei com Diego Magnani (Dii), guitarrista da banda. Considerações sobre a atual cena independente de São Paulo, as diversas formações da banda, principais influências no som e próximos projetos, você confere agora :


. Quais São as maiores influências da banda? Acontece uma unanimidade ou cada um gosta de um estilo de som em particular?

Diego : Hm... as principais influencias da banda são: Avenged Sevenfold, Killswitch Engage, Lamb Of God, Trivium e algumas outras bandas, mas essas são unânimes!

. Você está na banda desde 2006?

D : Sim, eu e o Le somos da primeira formação.

. De lá pra cá a banda mudou bastante? Acha que mudou um pouco o estilo de som?

D : Mudou, completamente! Antigamente fazíamos som seguindo as tendências do Brasil e dando prioridade para o que o publico iria achar. Hoje em dia fazemos o som que gostamos, dando prioridade ao que agente sente ao tocar, e cruzamos os dedos para que o publico aceite bem!

. Qual a importância da internet no trabalho de vocês? Acham que divulgando o próprio trabalho na net a banda se torna mais auto-suficiente ou o apoio de uma gravadora, por exemplo, ainda é essencial?

D : Então, com a internet hoje a divulgação acontece mais facilmente, mais nada se compara ao trabalho de uma equipe de imprensa com contatos, mídias de massa ' TV radio, revistas'. A divulgação ocorre de forma bem mais 'massiva'.

. O que é o Skema 110 ? vi no fotolog que vocês vão tocar com várias outras bandas nesse dia, quase um clima de festival ?

D : O Skema 110 foi criado para suprir a falta de espaço que as bandas encontram para tocar um som alternativo em São Paulo, além de estar respectivamente contribuindo na reconstrução da cena underground nacional. Essa reconstrução tem deixado de ser utopia graças a união das mais variadas bandas com tendências diferentes do underground, sejam elas com ou sem alguma expressão dentro deste meio, obtendo uma interação positiva e construtiva.
Sim, vamos tocar dia 09!

. Como você vê a atual cena independente de São Paulo? As bandas se ajudam ou está um clima meio de “cada um por si” ?

D : Vejo que as bandas estão cada vez piores, pagando mais pra tocar com as 'principais' que nem se importam com quem esta abrindo seu show. E dessa forma só vai decair para o lado das bandas que estão começando agora, e enriquecendo os produtores... E hoje em dia são poucas as bandas que tem visão de 'parceria ' a maioria só se importa com o seu.

. E isso pode acabar “manchando ” a imagem das bandas que querem fazer um trabalho legal?

D : Com certeza, porque assim os produtores têm dado prioridade pra banda que paga mais, e não pra banda que toca melhor, que faz acontecer no palco.


A banda 4While é :

Rohh Lemos - Voz
Dii - Guitarra
Pepitcho - Guitarra
Allan - Baixo
Le - Bateria

links úteis :





Ter banda é pra quem tem responsabilidade

10:34

...ou pra quem tem muito amor.

Sequer cheguei ao Conde Wlad Rock bar, em Ermelino Matarazzo, naquele 11 de abril e encontrei, na esquina, o vocalista da banda Tentative indo embora. Eles são uma das melhores banda cover de System of a Down da Zona Leste de São Paulo e tocariam ali, às 19h. Daniel, ou Dani, estava chorando, em um misto de frustração, tristeza e um pouco de rancor. Eram 18:45h e o guitarrista, Augusto (conhecido como Japa) não havia chegado. Como ele também não aparecera nos últimos dois ensaios, Dani concluiu que sua aparição não se daria naquele instante.
Conversando com ele, descobri que o atraso e o choro eram apenas a ponta do iceberg. Roger (bateria), Xicó (baixo), Dani e Japa já haviam decidido que a banda acabaria naquele show. O vocalista sempre se atrasava nos ensaios (quando comparecia), Japa já não tinha muito tesão para tocar SOAD e todos eles, menos Daniel, já tinham outros projetos encaminhados.

Depois de me contar, saiu andando, de mãos dadas com a namorada e acompanhado de alguns amigos. Tratei de me apressar, pois minha banda também tocaria, às 20h. Chegando ao Conde Wlad, conversei com Xicó e Roger pra saber a versão deles dos fatos. Eles apenas lamentaram, mas contaram sobre outros projetos – entre eles uma banda cover de Papa Roach – e, para não deixar janela (espaço vazio entre uma banda e outra), Roger se juntou a dois amigos ali presentes e eles tocaram alguns clássicos do rock. A surpresa foi quando Japa chegou ao bar, às 19h15, subiu no palco e juntou-se aos seus companheiros de banda.

A Tentative estava reunida, com exceção do vocalista, mas isso não foi um empecilho. Xicó, Roger e Japa chamaram um fã para substituí-lo temporariamente, para que pudessem fazer sua última performance juntos. Claro que isso atrasou todo o cronograma da noite. Ainda restavam duas bandas para tocar e, por ser domingo, o bar deveria fechar às 22h. Contamos com o alto nível etílico no sangue do dono do bar pra continuarmos a tocar até quase meia-noite.

Na comunidade da Tentative, os membros lamentavam o ocorrido, mas depois surgiram com uma notícia: a banda não acabaria ali. Com a ajuda dos amigos e fãs, eles se reconciliaram e perceberam que, de fato, era um projeto significativo pra todos.

A história acabou com um gosto de “final feliz”, mas sabemos que não é sempre que isso acontece. Afinal, pra quem vive no underground, nem tudo são flores. E, quando são, estas são colhidas com muito esforço, nunca ganhadas.

Na foto: Banda Tentative. (esq. pra dir.) Japa, Xicó, Roger e Dani.

Conde Wlad Rock bar
Rua Shobee Kumagai, 26 – Ermelino Matarazzo

Apresentação

10:13

Esse blog conta com a participação das alunas do curso de Jornalismo da PUC-SP : Aline Dumelle, Ana Paula Araujo, Juliana Peccinini, Mariana Mundim e Maria Fernanda Giembinsky.

Vamos contar histórias da cena independente de São Paulo, desvendando assim a atual situação dos artistas, postando curiosidades e informações relevantes do meio musical.